CUIDADOS COM VIA AÉREA EM INTUBAÇÃO DE PACIENTE SUPEROBESO
RELATO DE CASO
DOI:
https://doi.org/10.37951/2675-5009.2023v4i10.109Palavras-chave:
MANUSEIO DAS VIAS AÉREAS, INTUBAÇÃO INTRATRAQUEAL, OBESIDADE, OBESIDADE MÓRBIDA, MEDICINA BARIÁTRICAResumo
A definição de via aérea difícil baseia-se na dificuldade de intubação orotraqueal (IOT) e/ou ventilação sob máscara por profissional treinado. O planejamento para manejo de via aérea é de suma importância no cotidiano do médico anestesiologista, e por vezes, subestimado. A obesidade é um problema de saude pública mundial, de causa multifatorial e essa é uma condição que pode dificultar tanto a ventilação sob máscara quanto a IOT. É preponderante saber identificar preditores e preparar-se para cenários inesperados e esperados. Esse relato trata do manejo de via aérea de um paciente masculino, de 21 anos, portador de obesidade mórbida (peso 254 kg, altura de 1,76 cm, índice de massa corpórea (IMC) 81 kg/m2), que seria submetido a passagem de um balão gástrico para perda ponderal e subsequente cirurgia bariátrica. Apesar do procedimento ser realizado frequentemente com sedação, foi optado por obtenção de via aérea definitiva e anestesia geral balanceada, evitando possíveis complicações inesperadas no intraoperatório. Na avaliação da via aérea, paciente possuía barba, IMC> 26, boa distancia inter-incisivos (>5cm), língua grande, Mallampati dois, com boa protrusão mandibular (upper lip bite test - ULBT classe 1), distância esterno-mentoniana >12cm, com boa extensão e mobilidade cervical, mas com circunferência cervical >40cm. Foram aventadas IOT com broncoscópio flexível ou vídeo-laringoscópio, sendo preferida a segunda opção após avaliação da via do paciente. IOT sem intercorrências. cirurgia realizada também sem contratempos, sendo paciente descurarizado e extubado em sala, mandado a sala de recuperação pós-anestésica. Pensando em uma anestesia segura, não é recomendado realizar procedimento de via aérea sem que haja planejamento minucioso. Nesse sentido, a avaliação pre-anestésica é de suma importância e não deve ser menosprezada pelo time assistencial.