Neurocisticercose na forma extraparenquimatosa subaracnóidea torácica
relato de caso de apresentação rara de um desafio persistente de saúde pública
DOI:
https://doi.org/10.37951/2675-5009.2024v5i13.142Palavras-chave:
Neurocisticercose, Compressão da Medula Espinal, Canal Medular, Cistos do Sistema Nervoso Central, Vigilância em Saúde PúblicaResumo
INTRODUÇÃO: A neurocisticercose é a infecção parasitária mais comum do sistema nervoso central. A incidência da forma espinhal é estimada em 0,7 a 3,0% dos indivíduos com neurocisticercose. A forma medular em sua variante intradural é a mais rara. É um problema de saúde pública principalmente nos países em desenvolvimento, sendo o Brasil uma das regiões endêmicas.
RELATO DE CASO: Paciente de 59 anos com história de dorsalgia há 2 meses evoluindo com paraplegia completa e sinais de liberação piramidal, sem nível sensitivo aparente. Exame de ressonância magnética da coluna torácica mostrou lesão cística no nível T4-T5. Após discussão multidisciplinar, foi iniciada terapia sistêmica e indicada abordagem cirúrgica. À microscopia foram observadas lesões multiloculadas com aparente escólex em seu interior. O estudo anátomo-patológico confirmou o diagnóstico de neurocisticercose.
DISCUSSÃO: A cisticercose humana ocorre pela ingestão de ovos liberados nas fezes que passam para o ambiente externo (rota fecal-oral). A gravidade do acometimento neurológico depende da região acometida e grau de inflamação. A base diagnóstica são os estudos de neuro-imagem e a detecção de antígenos e anticorpos. O tratamento inclui cirurgia, terapia sintomática e fármacos anti-parasitários.
CONCLUSÃO: As condições sanitárias tem uma relação próxima com a neurocisticercose e combate a essa doença é uma prioridade da Organização Mundial de Saúde (OMS), sendo uma da lista de sete zoonoses negligenciadas. Casos como o apresentado são raros e reforçam a importância do diagnóstico diferencial e tratamento precoce para reduzir complicações e obter melhor desfecho a longo prazo.