PAPEL DO ECOCARDIOGRAMA TRANSESOFÁGICO NO DIAGNÓSTICO DE DISFUNÇÃO VENTRICULAR ESQUERDA PERIOPERATÓRIA APÓS IMPLANTE DE VÁLVULA MITRAL
RELATO DE CASO
DOI:
https://doi.org/10.37951/2675-5009.2021v2i05.68Palavras-chave:
ECOCARDIOGRAMA TRANSESOFÁGICO, IMPLANTE DE VALVA MITRAL, INSUFICIÊNCIA MITRALResumo
A insuficiência mitral (IM) é uma valvopatia de grande prevalência em todo o mundo e que pode levar a importantes repercussões ao paciente, sendo a troca de valva mitral por via cirúrgica uma das principais abordagens terapêuticas nessas situações. O caso é de um paciente do sexo masculino, 67 anos, etilista e com diagnósticos prévios de insuficiência tricúspide, disfunção e dilatação de ventrículo direito (VD), comunicação interatrial ostium secundum e valvopatia mitral, que após quadro de dispneia (NYHA III), ortopneia e oligúria foi admitido na unidade de terapia intensiva com diagnóstico de IM aguda por rotura de cordoalha de folheto posterior e hipertensão pulmonar. Com isso, foi proposta intervenção cirúrgica de urgência com implante de bioprótese mitral, plastia da valva tricúspide e atrioseptorrafia. Após indução anestésica, foi realizado ecocardiograma transesofágico (ETE) que demonstrou sobrecarga de volume de VD, levando à suspeita de disfunção, o que poderia dificultar a saída de circulação extra-corpórea (CEC). Na cirurgia, o tempo de CEC foi de 90 minutos e o tempo de clampeamento aórtico foi de 64 minutos. Na saída de CEC, o ETE revelou insuficiência de ventrículo esquerdo (VE), a qual era mascarada pela IM que normalizava a fração de ejeção do VE no pré-cirúrgico. Assim, foram otimizadas as doses de drogas inotrópicas e vasoativas, além do uso precoce de balão intra-aórtico, resultando em uma conduta terapêutica eficaz e alta hospitalar precoce. Isso ressalta a importância do ETE em definir uma conduta eficaz pós-operatória, devendo ser utilizado sempre que disponível no serviço.