Investigação da prevalência de delirium, dor, índices de mobilização, fragilidade e fraqueza muscular em pacientes internados em enfermarias
DOI:
https://doi.org/10.37951/2675-5009.2024v5i14.145Palavras-chave:
Delirium, Idosos, Disfunção Cognitiva, MobilizaçãoResumo
Introdução: Pacientes internados em enfermarias estão sujeitos a situações complicadoras como o surgimento de delirium, a presença de dor e ainda o desenvolvimento de fraqueza muscular ou fragilidade. Baixos índices de mobilização também se associam a eventos adversos, aumentando a morbimortalidade dessa população. Objetivos: 1) Investigar a prevalência de delirium, dor, fragilidade e fraqueza muscular em pacientes admitidos em enfermarias. 2) Caracterizar o padrão de mobilização adotado com os pacientes. Métodos: Estudo de coorte que acompanhou pacientes internados nas enfermarias clínicas e cirúrgicas do Hospital e Maternidade São Cristóvão (HMSC) que foram acompanhados durante sua internação, em 03 avaliações (começo, intermediária e final da internação). O delirium foi avaliado pelo questionário 3D-CAM. A dor foi investigada por meio de um mapa corporal de dor e pela escala visual analógica (EVA) de dor. A fragilidade foi estudada pela escala CFS (Clinical Fragility Scale). A fraqueza foi investigada pela escala MRC (Medical Research Council) e pelo dinamômetro de preensão palmar (Saehan®). Por fim, os índices de mobilização adotados junto aos pacientes foram mensurados por meio da JHMS (Johns Hopkins Mobility Scale). Os dados foram apresentados em média e desvio padrão e ainda frequência absoluta e relativa. O teste t de student e o teste qui-quadrado foram utilizados, quando necessários, assumindo valores de p≤0,05 como significantes. Resultados: 62 pacientes foram estudados (idade: 79,8±0,4 anos; IMC: 26,4±6,3 Kg/m2; 37,5% do sexo masculino). Os dias de internação total foram de 12,3±8,8 dias, sendo que 23,4% da amostra passou pela unidade de terapia intensiva (UTI), permanecendo na mesma por 5,9±5,8 dias, antes de ser admitida na enfermaria. A principal causa de admissão no hospital foi relacionada ao sistema respiratório (32,9%), seguida do sistema cardiovascular (21,1%). O delirium observado na amostra foi de 27,0%, sendo que o tipo hipoativo foi o mais prevalente (70,6% dos casos). Ao considerarmos a quantidade de medicamentos utilizados em casa versus o número de medicamentos durante a internação, houve um incremento significante de sua quantidade (casa: 4,8±2,8 vs. Internação: 10,8±4,2 medicamentos, p: 0,00), o que pode ser associado ao surgimento de delirium. A dor estava presente em 22,9% das avaliações, com intensidade média de 1,1±5,9 pontos na EVA. A área mais referida como dolorosa pelos pacientes foi a dos membros inferiores (47,1%), seguida do abdômen (15,7%). Mensuradas pela CFS, a presença de algum grau de fragilidade/vulnerabilidade na amostra foi de 54,7%. Na avaliação da força pelo MRC, 14,5% dos pacientes apresentaram fraqueza. Pela dinamometria de preensão palmar, 25,1% apresentaram fraqueza e 40,1% apresentaram fraqueza severa. Para verificação dos índices de mobilização com base da JHMS, evidenciou-se que 61,5% da amostra permaneceu no leito durante toda a internação e apenas 7,4% dos pacientes deambulou, em algum momento, mais de 76 metros durante seu internamento. A mortalidade na amostra foi de 7,8%. Conclusões: 1) Parcelas importantes da população estudada apresentaram complicações e eventos adversos durante sua internação. Foram observadas taxas representativas de delirium, dor, fragilidade/vulnerabilidade e fraqueza. 2) Grande parcela dos pacientes avaliados permaneceu no leito durante sua internação, o que pode agravar ainda mais o surgimento dos achados aqui apresentados. Implementar ferramentas de avaliação, sistematizar os processos envolvidos e implementar medidas que possam minimizar tais quadros é fundamental para a melhora na assistência hospitalar prestada no HMSC.
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