PERFIL DOS ÓBITOS NEONATAIS
UM ESTUDO NUMA MATERNIDADE PÚBLICA DE GOIÂNIA
DOI:
https://doi.org/10.37951/2675-5009.2021v2i04.45Palavras-chave:
MORTALIDADE FETAL, ÓBITOS, MATERNIDADEResumo
Introdução: A Organização Mundial da Saúde (OMS) define morte fetal como aquela que ocorre antes da completa expulsão ou extração do produto da concepção do organismo materno, independente da duração da gestação Objetivos: Traçar o perfil dos óbitos fetais numa maternidade pública de Goiânia. Descrever as principais causas de morte fetal. Analisar as características dos óbitos ocorridos e declarados. Analisar fatores de risco associados à ocorrência do óbito fetal. Métodos: Estudo ecológico transversal retrospectivo. Resultados: Os principais fatores que culminaram com morte fetal são o Trabalho de Parto Prematuro 18,5%. Já a principal causa de óbito fetal foi a prematuridade com 28%. A taxa de mortalidade fetal da unidade é de 22,8 óbitos a cada 1000 nascidos porém o perfil é de alto risco o que justifica os dados. Quanto aos fatores maternos apresentados e que se relacionam aos óbitos fetais, foram observados que de 131 (95,6%) gestações com um ou mais filhos, 104 (75,9%) nasceram vivos, enquanto 64 (46,7%) nasceram mortos. Dessas gestantes, 27 (19,7%), apresentaram um ou mais abortos; 20 (14,7%) apresentaram membranas amnióticas rotas e 36 (26,3%) bolsa rota durante a gravidez. Dentre todas as gestantes avaliadas, em 22 (16%) apresentaram como principal intercorrência na gestação atual, Hipertensão Arterial Sistêmica. Dentre os fatores associados à gestação e que propiciaram o óbito fetal, a Prematuridade, foi encontrada em 39 (18,5%) das gestantes. Neste estudo, encontrou-se ainda que 96 (65,3%) das gestantes não utilizaram medicamentos na gravidez e, quando utilizou, os principais medicamentos foram os anti-hipertensivos 14 (9,5%). Como condição â internação 42 (31%) gestantes apresentaram óbito fetal e a maternidade foi o local onde ocorreu a maioria dos partos, 133 (97%). De todos os partos realizados 90 (65,7%) foi via vaginal, sendo que em 98 (71,5%) o obstetra foi o profissional a conduzir o procedimento. Quando indicado cesariana, o sofrimento fetal agudo foi o fator decisivo em 12 pacientes, totalizando 25,2% de todas as gestantes cuja indicação para via de parto foi a cirúrgica. A idade gestacional prevalente em 75 (54,7%) tinham menos de 31 semanas de gestação que configura pré-termo extremo, com peso predominante em 66 (48,2%) < 1000 gramas enquadrandose em extremo baixo peso. A presença de mecônio estava presente em 30 (22%) dos óbitos fetais. Conclusão: Em relação as características fetais observadas, foram encontradas nestes óbitos: masculino, pré-termo extremo (< 31 semanas), extremo baixo peso (<100g), parto normal. Dado importante que chama a atenção foi a grande quantidade de subnotificação em relação ao tipo de anestesia realizada durante a cesariana, a reanimação neonatal e as condições de nascimento. Observou-se que quase metade dos nascidos não foram enviados ao serviço de necropsia. Ter encontrado a hipertensão arterial como a principal causa de morte fetal nessa população não surpreende, já que outros estudos realizados no país identificaram essa mesma causa.